Perfume do Amor

-A quanta frustração, quanta quimera,

entregue, de mãos dadas, a caminho,

de dia, foste noite e, então, sozinho,

do sonho acordaste, que tiveras?!

-Conheço-te o olhar, mas não me alinho

ao que, sóbrio, vislumbra... ai quem me dera!

enquanto choves, ardes, primavera,

procuro, embora encontre tanto espinho...

-Ó pobre coração, se me permites,

insisto acorda, volta, enquanto é hora!

as rosas tais do amor são só palpites...

- De fato, o pesadelo ainda te assume!

mas diz: que posso eu fazer agora,

se inebriado fui por seu perfume?

Luciana Nobre
Enviado por Luciana Nobre em 02/05/2023
Código do texto: T7778014
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