Perfume do Amor
-A quanta frustração, quanta quimera,
entregue, de mãos dadas, a caminho,
de dia, foste noite e, então, sozinho,
do sonho acordaste, que tiveras?!
-Conheço-te o olhar, mas não me alinho
ao que, sóbrio, vislumbra... ai quem me dera!
enquanto choves, ardes, primavera,
procuro, embora encontre tanto espinho...
-Ó pobre coração, se me permites,
insisto acorda, volta, enquanto é hora!
as rosas tais do amor são só palpites...
- De fato, o pesadelo ainda te assume!
mas diz: que posso eu fazer agora,
se inebriado fui por seu perfume?