A Mágoa

Na solidão geométrica dos bares,

Na noite de um domingo em Fortaleza,

Andava, junto a mim, a Mágoa presa,

Que era afogada aos goles cavalares...

À meia-luz, trocava alguns olhares

Com os da moça triste d'outra mesa,

E pensava comigo: "Atroz tristeza!

Mas por que tanta dor nestes lugares?..."

Então notei de súbito, já tonto,

Que me encontrava bem além do ponto,

E a conta foi também não planejada...

Saí, e a chuva fina pelo asfalto

Só refletia a luz do poste ao alto

E a solidão da Mágoa, só! Mais nada!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 30/04/2023
Código do texto: T7776957
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