A Mágoa
Na solidão geométrica dos bares,
Na noite de um domingo em Fortaleza,
Andava, junto a mim, a Mágoa presa,
Que era afogada aos goles cavalares...
À meia-luz, trocava alguns olhares
Com os da moça triste d'outra mesa,
E pensava comigo: "Atroz tristeza!
Mas por que tanta dor nestes lugares?..."
Então notei de súbito, já tonto,
Que me encontrava bem além do ponto,
E a conta foi também não planejada...
Saí, e a chuva fina pelo asfalto
Só refletia a luz do poste ao alto
E a solidão da Mágoa, só! Mais nada!...