POETA CERTINHO
Oh, poeta certinho desta aldeia,
com verso inofensivo que agrada
o leitor que trafega nessa estrada
e quando vê algo estranho, logo freia,
vira a página ou fecha o livro, creia.
Oh, poeta de vida rude, iletrada!
Tua poesia não vai dar em nada!
Tem o mesmo sabor que saboreia
qualquer leitor superficial, raso.
Tua literatura é um atraso,
não tem poder de reflexão, nem crítica.
É chover quase sempre no molhado,
dizer o que foi dito no passado,
sem base a quem tem ótica analítica.