Amor e Flor
Amor e flor são rimas tão banais,
Como céu e chapéu, ou coisa assim...
Como Eu e Romeu, começo e fim...
Como o pranto vertido pelos ais.
Amor e flor são como o alerquim,
Que não sabe se ama a colobina,
E que canta sem voz, e desafina,
E se veste, sem luz, no camarim.
Amor e flor são só amor e flor,
Que o poeta não sabe onde pôr,
Quando o verso persegue a poesia...
Mesmo sendo banais, como se disse,
São as rimas que rimam com tolice,
E a tolice, ao amor, reverencia.