Num denso dia azul e alaranjado
Num denso dia azul e alaranjado,
Mais uma vez o sol se declinava,
Deixando um rastro aberto, cor de lava,
Pelo infinito céu já constelado...
Passava pelas perdas do passado
Tão frio como a noite que chegava,
Sereno como o vento que soprava
Em meu cabelo espesso e acastanhado...
Ao desprender das mágoas e das dores,
Notei que o céu se abria em novas cores
E por algum momento tão finito,
Minhas cruzes senti pouco importantes,
Senti-me um sonhador, aquele dantes,
E vi meu sonho lá no céu escrito...