Viver sem ilusões
Numa tarde ensolarada e muito fria
Sem mais ver sobrevoar as borboletas
O céu transparece com a sua cor preta
No horizonte, o sol se põe, se esvazia.
Rodopiam muitos sonhos aturdidos
Gavetas fechadas ao longo do tempo
Que foram naufragadas pelos ventos
Inconscientes os desertos escondidos.
Retornam nas suaves ondas trazidas
Esmigalhadas gritam e se debatem...
Há um tempo, uma estrada percorrida.
No andar, planícies, subidas e decidas
Legiões de seres fortes que combatem
Dizem adeus para as ilusões já vividas.
Texto- imagem: Miriam Carmignan
Soneto