Eu não sou eu
Quisera um dia, eu ser eu, no vasto mundo,
Deverasmente, eu não sou, quisera ser.
Mas, valorizo a razão do meu viver,
Quisera apenas, ser de mim, ser oriundo.
Nesta peleja, sou um mero vagabundo,
E nem consigo discernir o meu saber.
Sou malfadado e não tenho benquerer,
Pois, nas sarjetas desta vida, eu vivo imundo.
Sou todo mundo que me olha e não me vê,
Andei vazio e ninguém me percebeu.
Sou um poema impossível de se lê,
Um arrebol extenuado em rude breu.
Vivendo a vida, descobri qual o porquê,
Que na vivência, eu ainda não sou eu.