O céu visto da janela
Daqui eu vejo o sol, do outro lado,
Com seu riso amarelo e displicente,
Que parece dizer o que não sente,
E deixar o que sente bem calado.
Também vejo uma nuvem fluorescente,
Com seu pranto cinzento e carrancudo,
Que parece dizer que o sol é mudo,
Desde o céu da aurora ao céu poente.
Eis o céu, como vejo da janela:
Uma faixa cinzenta e amarela
Que parece esperar o anoitecer.
E no fim, lá no fim do firmamento,
Uma estrela me vem ao pensamento,
Como um verso que espera pra nascer.