Fado da garoa
À musa do meu Fado, mãe gentil,
Do berço de Camões e de Pessoa,
Dedico um verso antigo que ecoa
Nos mares e nos ares de abril.
Este meu coração que bate à toa,
A voejar no peito, a mais de mil,
Da terra da garoa do Brasil,
Hoje pousou as asas em Lisboa.
Ó musa do meu Fado, me perdoa
Por não guiar o barco pela proa,
Ao navegar nas águas de Cabral.
É que eu sou um pária no Parnaso,
Que encontrou Camões, por uma acaso,
Nos versos de um Fado Tropical.