IDOLATRIA
Do Olimpo, feito um semideus
Exausto da monotonia
Perde, do Nirvana, a sintonia
E, desce à Terra, em trajes limpos de fariseu.
Quicá, na “escapadinha”, perdeu a fobia
Do contágio mundano plebeu
E, a alma em ereção, não reconheceu
Que domar o instinto humano é mera fantasia.
A língua molhada afasta a inocência
No cândido ósculo buscando aderência
Com a ironia evasiva da provocação.
A criança repudia. O riso, o aplauso dão o aval
Falhos são os humanos neste inferno carnal
A idolatria tem os olhos cegos à imperfeição.