IDOLATRIA

Do Olimpo, feito um semideus

Exausto da monotonia

Perde, do Nirvana, a sintonia

E, desce à Terra, em trajes limpos de fariseu.

Quicá, na “escapadinha”, perdeu a fobia

Do contágio mundano plebeu

E, a alma em ereção, não reconheceu

Que domar o instinto humano é mera fantasia.

A língua molhada afasta a inocência

No cândido ósculo buscando aderência

Com a ironia evasiva da provocação.

A criança repudia. O riso, o aplauso dão o aval

Falhos são os humanos neste inferno carnal

A idolatria tem os olhos cegos à imperfeição.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 25/04/2023
Código do texto: T7772427
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