A mente e a pena do poeta
A mente do poeta, ao travesseiro,
Vagueia noite adentro, sem repouso,
Como uma nave, sem o trem de pouso,
Num céu que não está pra brigadeiro.
E vai, e volta, e roda o mundo inteiro,
Sem bússola, sem mapa, sem biruta...
E ganha, e perde, e retorna à luta...
Que o sono de poeta é passageiro!
A mente do poeta, sob a pena,
É infinitamente tão pequena,
Se comparada ao dom da poesia,
Que é menor que o verso mais vulgar,
Desses que rimam lua, sol e mar...
Mesmo com alguns erros de grafia.