Olhos de adeus
Meus olhos são tragédias seculares,
Acúmulos de perdas, despedidas,
Onde as linhas de lágrimas vertidas
Rolaram pelos cais dos Sete Mares...
São monumentos, são dois altares
Aos deuses das tristíssimas partidas;
São estátuas de mármore esculpidas
Nas vias das saudades tumulares...
São ladrões escondidos na penumbra,
Covardemente, como quem vislumbra
Roubar de novo a luz dos olhos teus...
São dois velhinhos gêmeos, abatidos,
Fitando a terra - lar dos esquecidos -
Parecendo dizer ao mundo: "Adeus!..."