Olhos de adeus

Meus olhos são tragédias seculares,

Acúmulos de perdas, despedidas,

Onde as linhas de lágrimas vertidas

Rolaram pelos cais dos Sete Mares...

São monumentos, são dois altares

Aos deuses das tristíssimas partidas;

São estátuas de mármore esculpidas

Nas vias das saudades tumulares...

São ladrões escondidos na penumbra,

Covardemente, como quem vislumbra

Roubar de novo a luz dos olhos teus...

São dois velhinhos gêmeos, abatidos,

Fitando a terra - lar dos esquecidos -

Parecendo dizer ao mundo: "Adeus!..."

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 21/04/2023
Reeditado em 21/04/2023
Código do texto: T7769645
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