VIRGULANDO A SAUDADE...

Não tem corpo, nem cheiro ou barreiras,

Mas cruza, invade, rodeia e ou penetra,

Viaja veloz, sem destino ou fronteira,

E pesa, oprime e machuca, essa pedra.

Que na alma se reproduz tão ligeira,

Deixando-a do amor assim incrédula,

Em infinito estado de estátua de cera,

Que laços destrói e outros os anula.

É bicho feroz e sofrimento é sua gula,

É corda de nós e aos poucos estrangula,

Sufoca, amarga, empurra para a ladeira.

Mistura-se ao sangue que não coagula,

Com frases que a voz não mais “virgula”,

Sonegando a paz de forma vil e sorrateira.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 20/04/2023
Código do texto: T7768230
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