SONETO PAUSADO
Já passou meu presente, aguerrido,
sumido deu um branco, bem ameno
no chão meu tamanco, só ruído
meu gemido consente, não é pequeno.
Não condeno, meu direito, não estanco,
preto ou branco, colorido, contente,
me anteno, franco é o ouvido, sente,
pente pequeno, dou jeito, me tranco.
Vou de frente, nu e cru, sou forte,
meu norte rente ao sul, há caminho,
vou ciente que há porto e eu aporte,
velho forte, vivo ou morto, murmurinho.
Colarinho, gravata e pescoço
é insosso, é bravata, volto ao ninho.
Josérobertopalácio