MILIMÉTRICO

MILIMÉTRICO

Paquímetro na mão, meço a bitola

D’uma rosca sem fim helicoidal,

Que há-de girar, precisa e funcional,

Para abrir e fechar a portinhola.

Muitas artes e ofícios desde a escola,

Traçando em projeção ortogonal…

Mas tinha-de dar certo no final,

Senão não era nem uma gaiola!

O aço, tão exigente quanto o verso,

Não tolera o desvio controverso

Quando tem-de ser posto em movimento.

Pois soa, ao ser medido, harmonioso:

Faz deslizar no encaixe industrioso,

Um sopro de razão e sentimento.

Betim - 18 04 2023