Crepúsculo
A tarde azul estende-se em camadas
por sobre as amplidões da cordilheira.
Desce à cidade e, como em vez primeira,
enche de anseio as horas desmaiadas.
Nas ruas, nas esquinas, nas calçadas,
nos ares e na brisa alvissareira
eu sinto a tarde. Sinto-a toda, inteira,
nas bordas das saudades mais ousadas.
Crepúsculos, ocasos imprecisos,
onde se encontram prantos e sorrisos,
onde dormita o caos do meu poema...
Crepúsculo... Silêncio... Breve fim...
No fôlego que morre dentro em mim
renasce a verve… plena, toda e extrema!
Foto: Arquivo pessoal