Paralítico

Parece que da dor - sou pioneiro -,

Filho dileto dessa desventura.

Meu próprio corpo é minha sepultura!

Meu pensamento fez-me prisioneiro.

Quando há desgraça - sempre sou primeiro -,

Sempre escolhido a vivenciar tortura.

E por mil vezes quase fiz loucura...

Quero encontrar o "termo derradeiro".

O desespero chega... vou ao quarto;

Me sinto tão cansado, só e farto...

Apago a luz, fecho a janela e a porta.

De olhos fechados, eu me deito, e então

Faço de conta que estou num caixão

Para enterrar minh'alma triste e morta.