Calidez
Respiro-te na emissão ardente do vento,
na linguagem do mar, ouço de ti, um segredo,
procuro-te na escuridão tácita, e tenho medo,
que não se revele além da cena que invento.
Ilustro-te no chão, mas escapas. E tento,
na curvatura do teu corpo, expor um dedo,
e retorquia-me a solidez de um rochedo,
que esmaga e macera o discernimento.
Encontro-te entre as canções e as rosas,
um violão derrama risos à nossa frente,
repouso no teu colo, e a calidez acalma.
E sobre as cordas, flutuam as mariposas,
Ah… doloroso não poder, libertinamente,
arrebatar um acorde da tua doce alma…