AMOR E DOR
Seja um pouco, um pouquinho, um nadinha,
Falar de amor nunca será demais.
Quem se despede do amado num cais,
Resume a dor naquela palavrinha.
Hoje, comparo aquela dor à minha.
Relembro um trem, que me roubou a paz,
Ao levar alguém que amei demais.
Ficamos, eu e a solitária linha.
Apenas duas retas paralelas,
À frente, nada vejo além delas,
Nada se move diante de mim.
Os trilhos, nus, reforçam a tristeza,
Que depois, hei de afogar numa mesa,
Pela noite a dentro, horas sem fim.
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Beleza de interação, Herculano.
JURAS DE AMOR
Amor, que é amor, quando adormece
faz uma prece, ainda que em sonho!
E sonha grande, e sonha do tamanho
que caiba a dimensão da sua prece.
Amor, que é amor, jamais esquece
o beijo congelado no Adeus.
Devolva-me os beijos, que são meus,
enquanto meu amor não esmaece.
Reflita a beleza que há na jura
da fase imatura do amor.
Não seja cega, assim, não seja dura...
eu sou o teu poeta e teu senhor!
Permita que eu encontre na loucura
a lucidez fugaz do sonhador.
Herculano Alencar