Sem muito a ver

Hoje, Domingo da Ressurreição,

estou aqui, neste lugar distante,

entanto já não vejo o que me encante,

então relaxo o corpo e ocupo a mão.

Procuro distrair-me, mas em vão

encontro o que me ative nesse instante

e até a inspiração é inconstante

e este soneto escrevo, sem noção.

Quero escrever, mas escrever o quê,

se nem assunto encontro, o que me atraia,

o que me ocupe a mente, o que me inspire?

Assim, escrevo só por escrever,

buscando alguma coisa que distraia

a mente e mostre um ponto a que me atire.

9/4/2023