SONETO – Nada sou, nem fui – 18.03.2023 (PRL)
SONETO – Nada sou, nem fui – 18.03.2023 (PRL)
Serei da vida aquele ralo pó,
Sem cheiro ou cor, eterno disparate,
Dela sairei despido e muito só,
Das minhas cinzas não acho desate...
Mas a ninguém eu quis causar o mal,
Quis ser palhaço pela vida inteira,
Por vezes fui salgado como o sal,
Vivi nos lindos braços da parceira...
Que traz saudade e pressa de revê-la,
Quero estar perto dela, peço, imploro,
A quem me possa achar essa vereda...
Preciso tê-la, sei que sempre bela,
Esse o meu parco apelo, em cada poro,
E no pesar que extenso e me empareda.
SilvaGusmão
Foto: Internet/Google