POR ENTRE DENTES
POR ENTRE DENTES
Devolvo-lhe a ironia com veneno,
Triturando seus ais por entre dentes.
Como pensasse em voz alguns repentes,
Despistados no olhar quase sereno.
Injustiças do grande co’o pequeno
Eu rumino com lábios insolentes:
– “Se tudo muito ruim aos excelentes,
Regozijo nenhum se lhes é pleno…”
Não há como agradar desagradáveis,
Tampouco s’esperar mais polidez
D’aquele que, mandando, nada fez!
Concluo em termos bem pouco louváveis:
– “De toda a humanidade desprovido,
Se sente que nasceu a ser servido…”
Betim - 12 04 2023