Meu coração
Arfante, suspirou, depois morreu,
E rolou já vazio e ressecado...
Chorou tanto e de tanto ter chorado,
Cavou profundamente o próprio breu.
O júbilo, o desejo, o orgulho meu,
Presentes que a sorte me tinha dado,
Tombaram tristemente, lado a lado,
E ninguém se importou ou socorreu.
Agora, as cordas tem notas estranhas,
E escutam-nas as moscas e as aranhas,
E os vermes nele todo fazem ninho!...
As saudades se arrastam, sepulcrais,
Mas ah, leitor! De mim tu não zombais:
Teu coração também cairá sozinho!...