Meu coração

Arfante, suspirou, depois morreu,

E rolou já vazio e ressecado...

Chorou tanto e de tanto ter chorado,

Cavou profundamente o próprio breu.

O júbilo, o desejo, o orgulho meu,

Presentes que a sorte me tinha dado,

Tombaram tristemente, lado a lado,

E ninguém se importou ou socorreu.

Agora, as cordas tem notas estranhas,

E escutam-nas as moscas e as aranhas,

E os vermes nele todo fazem ninho!...

As saudades se arrastam, sepulcrais,

Mas ah, leitor! De mim tu não zombais:

Teu coração também cairá sozinho!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 12/04/2023
Código do texto: T7761919
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.