Sangrenta Solidão

A refugirar-me á tua porta poeta ,

Como um fantasma a procura da poesia ,

Na solidão da natureza agora morta ,

Por trás das sombras deste maldito dia.

O frio não conforta, corta a alma .

Tuas janelas não abrem os olhos ,

Repelem meus gritos que em mim sufoca

Congelando letras até nos ossos .

Não tenho temas, nem amores pra contar,

No pergaminho é minha pele dilacerada ,

Os poemas querem soltar,não da pra suportar.

É um lamento escutar pancada por pancada,

A sucessividade dos segundos a sangrar

E a energia falida sem magia ,inerte, desolada !

13/12/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 13/12/2007
Código do texto: T776120