Beira Rio

O meu bairro se chama Solidão,

E só vou caminhando em pétreas vias...

Pelas noites chuvosas, sempre frias,

Com meus passos errando a direção...

É abril, e as praças dormem tão vazias...

Vejo um banco e me sento, sem razão...

Gotas de chuva turvam-me a visão;

Já visto a mesma roupa por três dias...

O mesmo campo, a mesma arquibancada,

A mesma quadra cinza e malcuidada,

As mesmas vira-latas, lá deitadas...

Por um minuto estranho, em devaneio,

Em meu olhar de lágrimas tão cheio,

Espelho nossa imagem de mãos dadas...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 11/04/2023
Código do texto: T7760890
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