TANTOS, TANTOS
Quando cai à tarde a saudade é tanta,
Tanta, tanta, que invade o peito meu,
P'ra bem longe, essa fuga não me espanta,
Dissoluto foi aquele sonho teu!
Tua ida, tua astúcia, há quem garanta?
Não mais quis lado a lado só "tu é eu",
Auspicioso foi o brado na garganta,
Acredite: uma dádiva de Deus!
Sozinho e sem ninguém ali bolado,
Nessa estrada aos trancos e barrancos,
Senhor! Eis-me aqui, só e amargurado!
Tateando perco o prumo "açoitado",
Desatino no exílio vou bradando,
Alvissareiro, ledo e abençoado!
FCEMOURAO
09/04/23