Ah o amor (versão soneto)
Ah, amor desconhecido e fugaz,
tão atrevido em minha solidão,
por ti me perco, tua mão desfaz
em confusão e em desilusão.
Ah, amor tão insensato e louco,
que me fazes sucumbir em pranto,
por que só floresces no sufoco
de um horto proibido e tanto?
Ah, amor, que tanto me iludes
e me prendes em tuas garras,
por que em outros mais reluzes
e em mim apenas me desgarras?
Ah, amor, que outros têm em paz,
Pouco sofrem eles, eu sofro mais.