Caos
Sou produto dos cósmicos vazios,
De inúmeras, complexas solidões,
Dos astros de infinitas durações,
Do espaço de recônditos sombrios...
Sou filho das eternas colisões,
Da multiplicidade dos desvios,
Dos elementos ágeis e tardios,
Da matéria dispersa dos clarões...
Das órbitas, cometas, nebulosas,
Descendo das linhagens majestosas
Do universo do fim, desde o começo...
E debaixo sondando a imensidão,
Constato de Mercúrio até Plutão,
Um céu dentro de mim que não conheço...