APANÁGIO
Não sou o poeta certinho, que talvez,
muita gente pensasse que eu fosse!
Com meus poemas incrivelmente doces
pra adoçar os ouvidos de uns três
gatos pingados que, de quando em vez,
dão o ar de sua graça a trouxe-mouxe!
Não sou o poeta comum que a vida trouxe
pra embalar o sonho de cinco ou seis...
Eu sou o poeta desses maltratados,
dos maltrapilhos e dos mal amados,
que não tem vez e nem há de ter voz!
Eu sou o poeta de todos os mendigos,
das prostitutas e dos sem abrigo,
eu sou o poeta sim, de todos vós!