APANÁGIO

Não sou o poeta certinho, que talvez,

muita gente pensasse que eu fosse!

Com meus poemas incrivelmente doces

pra adoçar os ouvidos de uns três

gatos pingados que, de quando em vez,

dão o ar de sua graça a trouxe-mouxe!

Não sou o poeta comum que a vida trouxe

pra embalar o sonho de cinco ou seis...

Eu sou o poeta desses maltratados,

dos maltrapilhos e dos mal amados,

que não tem vez e nem há de ter voz!

Eu sou o poeta de todos os mendigos,

das prostitutas e dos sem abrigo,

eu sou o poeta sim, de todos vós!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 05/04/2023
Reeditado em 06/04/2023
Código do texto: T7756381
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