Perfeição
Não, minha Lídia, eu jamais fui perfeito,
Nem ambição menor desejo ou quero;
Dos Céus, o bem que me vier aceito,
Bem como te prometo ser sincero.
Temos lá fora um mundo tão austero,
Que tenho a duvidar nosso respeito
Que temos a ele, pois conosco é zero
O bem que ele nos faz em nosso leito.
Sejamos cautelosos neste mundo
E que o poder divino enfim nos guarde
Da crueldade do ímpio, do imundo...
Presa a mim, preso a ti, mas sem alarde,
E de repente há de vir num segundo
A perfeição que nunca chega tarde.