Perfeição

Não, minha Lídia, eu jamais fui perfeito,

Nem ambição menor desejo ou quero;

Dos Céus, o bem que me vier aceito,

Bem como te prometo ser sincero.

Temos lá fora um mundo tão austero,

Que tenho a duvidar nosso respeito

Que temos a ele, pois conosco é zero

O bem que ele nos faz em nosso leito.

Sejamos cautelosos neste mundo

E que o poder divino enfim nos guarde

Da crueldade do ímpio, do imundo...

Presa a mim, preso a ti, mas sem alarde,

E de repente há de vir num segundo

A perfeição que nunca chega tarde.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 04/04/2023
Código do texto: T7755926
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