SONETO AO ABANDONO
É assim essa saudade tão maldosa
que, de doer, ele não faz mais um plano
vive o dizer: "esse entrou pelo cano",
Virou roseira que nunca viu u'a rosa.
Ah, quanta noite perdida de sono
onde nem com poemas mais se entrosa
nunca mais um sonho cor de rosa
olhos abertos só enxergam abandono.
É dor de quem padece de paixão
seu céu, mais embaixo que o chão
seu mundo, um arrumado de desordem.
Por que tanta saudade por alguém
a espera de quem nunca, nunca vem,
fogo de paixão em seus dias ardem.
Josérobertopalácio