Cálice Envenenado

Com a seriedade de tamanha desgraça, a vida nos ordena

Por estarmos vivos, a nos vestir com nada menos que a esperança

Porém, essa crença pode nos ganhar para o mal, ao nós encher de confiança

Sendo instrumentos sóbrios, enchendo-nos de tolices e tornado a alma pequena

A sugestão sobrenatural pode ser má ou boa, porém, sempre algo amena

Se é má, quer justificar o excesso, se boa, faz o coração ter confiança

O medo do presente é muito maior, que lança no futuro desconfiança

O ser humildemente se senta, enquanto escurece a cena

Sorte, tem os que são transportados, para além, deste presente ignorante

Seja por um grande amor, ou por algo, que lhe der forças para romper a noite

O medo não nos deixa perceber, que estamos no futuro a todo instante

Podemos ficar escondidos e nunca ver o sol do amanhã, poder errante

Terá o que foi profetizado e prometido, ou enfermidade e açoite

Não há como enganar o tempo, seja a flor inocente ou a serpente infante