Soneto para não sei o quê
Já não sei mais se tenho inspiração,
Ou simplesmente escrevo por costume!
Às vezes me transformo em vaga-lume,
Às vezes sou o lume, em profusão.
Às vezes sou um barco sem timão;
Às vezes um timão sem timoneiro;
Às vezes sou eu mesmo, por inteiro;
Às vezes sou a minha imitação.
Já não sei se encontro a poesia!
Já não sei se eu sinto o que sentia,
Quando a inspiração chegou ao fim.
Já não sei se eu sei porquê e como,
Eu roubei de Adão o belo pomo,
Do Soneto que Eva fez pra mim.