Transitoriedade
“A mesma história tantas vezes lida”
converte os débeis sonhos em ousados,
dos álibis suscita vis pecados,
desmistifica o engano da partida.
Na mesma velha estrada sem saída,
a pedra faz-se alívio aos pés cansados;
colhe-se a sorte nova em velhos dados,
mas morre o amor na palra embrutecida.
Estranhas regras, louco e insano jogo,
saudade que nos queima como fogo
fenece sob o afã da noite escassa...
Se sombra ou luz, a história corrobora,
num verso tão patente quanto a aurora:
“tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
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