Soneto Prostático
A próstata inchada de saudade
Do tempo que mijar era brinquedo,
Hoje passa a vergonha para o dedo,
Dalgum urologista, é bem verdade!
O mijo Leva ao vaso algum segredo,
Que só o Ultrassom sabe e revela.
E o PSA, de sentinela,
Avisa, a cada dia, bem mais cedo.
O jato urinário vai minguando,
Não se sabe, ao certo, até quando,
Mas pinga, gota a gota, intermitente...
A próstata, doutor, na poesia,
Faz da urina um verso sem valia,
Quando o passado zomba do presente.