Silêncio
Escuto propagando num espaço
Um grito melancólico, abafado.
Pareço um rouxinol amargurado
Voando em direção ao desabraço.
Amar-te, sem viver em despedaço?
Eu sofro o desamparo desolado!
Em ávido tormento retratado
No riso chateado de um palhaço.
Eu morro em lamentável solidão
Em meio a sorumbática frieza
Do rígido cadáver sem perdão
Velado em antipática tristeza.
Patético, me resta a gratidão
Por tua apreciável natureza.