BALZAQUIANA
BALZAQUIANA
Agora é mulher de quantos anos?
Pois que todas tem vigor de trinta
Fortes e poderosas iguais oceanos
Virtudes que as tornam indistintas
Da representação social moderna
Ao protagonismo individual infinito
Hoje vão além de serem maternas
Não marcham o caminho prescrito
Seguem aguerridas seus destinos
Dispensam parceiros clandestinos
Quando necessário lutam a guerra
Contudo, a ternura não se encerra
Sensíveis que só procuram o amor
São humanas, delicadas como flor
Marco Antônio Abreu Florentino
NOTA: Inspirado no clássico de Honoré de Balzac (A Mulher de Trinta Anos), constante na ¨A Comédia Humana¨ do mesmo autor. Romance de costumes e época que se mantém atual. A vida e as desventuras de Julie são perpassadas de forma brilhante pelo autor, num realismo cortante de um homem que também viveu intensamente seu tempo e as relações humanas, particularmente com inúmeras paixões que nunca tiveram fim.
Posteriormente vieram Emma Bovary de Gustave Flaubert e Anna Karenina de Liev Tolstói (clássicos que merecem ser lidos), seguindo a mesma toada: histórias de mulheres fortes e protagonistas dos seus quereres e destinos.
No trecho textual, a seguir, vemos como as mulheres eram vistas, visão que se mantém nos dias atuais:
“As moças costumam criar nobres, encantadoras imagens, figuras totalmente ideais, e forjam ideias quiméricas sobre os homens, sobre os sentimentos, sobre o mundo; depois atribuem inocentemente a um caráter as perfeições com que sonharam e a ele se entregam; amam no homem de sua escolha essa criatura imaginária; porém, mais tarde, quando já não há tempo de se livrar da desgraça, a aparência enganadora que embelezaram, o primeiro ídolo enfim transforma-se num esqueleto odioso.”
Boa leitura
https://youtu.be/AqcZLBlervE
(Woman - John Lennon)