EXPIAÇÃO
"Meu coração tem catedrais imensas".
Dourados sinos lhes retinem lento
anunciando o tempo só, cinzento,
pelos vitrais vazados por avenças...
Colunas que se ergueram em vis descrenças
a sustentar a abóboda em tormento...
dos olhos nos afrescos, eu lamento
as ilusões por trás das placas densas...
Aos lustres em cristais, sinais de glória,
desafinados órgãos -sons medonhos-
suplicam dó... a pena é compulsória.
Escadarias de degraus risonhos,
avanço, penitente, o templo-história...
"Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!"
Luciana Nobre
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1⁰ e 14⁰ versos do poema Vandalismo, de Augusto dos Anjos