EXPIAÇÃO

"Meu coração tem catedrais imensas".

Dourados sinos lhes retinem lento

anunciando o tempo só, cinzento,

pelos vitrais vazados por avenças...

Colunas que se ergueram em vis descrenças

a sustentar a abóboda em tormento...

dos olhos nos afrescos, eu lamento

as ilusões por trás das placas densas...

Aos lustres em cristais, sinais de glória,

desafinados órgãos -sons medonhos-

suplicam dó... a pena é compulsória.

Escadarias de degraus risonhos,

avanço, penitente, o templo-história...

"Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!"

Luciana Nobre

(Todos os direitos reservados)

1⁰ e 14⁰ versos do poema Vandalismo, de Augusto dos Anjos

Luciana Nobre
Enviado por Luciana Nobre em 28/03/2023
Código do texto: T7751076
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