EQUIDISTANTES...

Quando os lábios se juntam ofegantes,

E das mãos não se tem mais o controle,

Somos só imãs em polos equidistantes,

Pertos apena do imante desejo e cores.

Corpos sem divisa, leves, e flutuantes,

Somos jardim, pólen, respingo e flores,

Sem pausa, sem pressa, mas delirante,

Sem causas, medos, espinhos ou dores.

Na relativa existência de puros instantes,

Num corte de espaço, tempo e gritantes,

No qual o silêncio é dom, ouro e rubores.

E "fim" é a palavras mais que apavorante,

E embora não ecoe, ou ímã desmanche,

Cobrará o cansaço, a alegria e pudores.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 26/03/2023
Código do texto: T7749619
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