Domingo à noite

O sol disse até logo, até amanhã!

Vou dar uma voltinha por aí!

Avisem pois, à flor, ao colibri…

Ao trem que, às onze, vai pra Jaçanã .

 

A noite de domingo é do divã: 

De Freud, de Jung e outros mais…

Dos remédios, das drogas ilegais…

Do corpo em que padece a mente sã.

 

A lua de domingo é tão tristonha,

Que até parece morta de vergonha

De ostentar, no céu, o seu clarão.

 

Prefere se mostrar discretamente,

Na sombra sepulcral do sol poente,

Num ponto inacessível à visão.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/03/2023
Reeditado em 26/03/2023
Código do texto: T7749496
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