Domingo à tarde
É domingo! Fernando inda namora,
Pois faz da poesia a namorada.
O sol, já se apagando, é quase nada,
Até que venha a próxima aurora.
Fernando é o poeta que, outrora,
Andava pelas tardes de domingo,
A transformar em chuva um só pingo
E, em eternidade, uma só hora.
Não conheci Fernando em pessoa!
Mas minha pena agora já avoa
Nos ares de Pessoa, outro Fernando.
Domingo deita a tarde, lentamente…
E *Fernando Namora diz que sente,
Mas não sabe dizer o quê e quando.
* Escritor português