Soneto da manhã

Abro a cortina o sol me diz: olá!

O vento aproveita e diz: bom dia!

Não dou sequer um pio! No peito pia

Um coração, que sempre esteve lá.

 

Sento a felicidade no sofá,

Que dorme frente a frente à janela,

Assim, como quem guarda sentinela

Pelas folhas penadas do Ingá.

 

A manhã amamenta a poesia,

Como o leite materno que sacia

A vida, que adormece no seu peito.

 

Amanhã pinto a tela novamente!

E quando der olá pro sol nascente,

O verso, que ora gesto, já foi feito.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 25/03/2023
Reeditado em 25/03/2023
Código do texto: T7748395
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