Soneto da manhã
Abro a cortina o sol me diz: olá!
O vento aproveita e diz: bom dia!
Não dou sequer um pio! No peito pia
Um coração, que sempre esteve lá.
Sento a felicidade no sofá,
Que dorme frente a frente à janela,
Assim, como quem guarda sentinela
Pelas folhas penadas do Ingá.
A manhã amamenta a poesia,
Como o leite materno que sacia
A vida, que adormece no seu peito.
Amanhã pinto a tela novamente!
E quando der olá pro sol nascente,
O verso, que ora gesto, já foi feito.