Soneto da imaginação
Agora eu sou um pássaro extante,
De penas negras, bico afilado...
Uma asa a planar, de cada lado,
E um mundo à espera que eu cante.
Agora eu sou um livro na estante,
Ainda sem prefácio, sem orelha...
Que, caprichosamente, desparelha
A Divina Comédia de Dante.
Agora eu sou o gênio de Aladim...
Agora eu um sósia de mim...
Agora eu sou um sonho de mulher...
Agora eu sou um verso de Camões...
Agora eu sou Feliz, dos sete anões...
Agora eu sou aquilo que eu quiser.