SONETO ULULANTE

Promessa de campanha a quem a engula,

Picanha metafórica ou vegana

Introduzindo o óbvio que ainda ulula:

O crime aqui compensa e é até bacana.

Não há remédio a massa que especula

No mal -- é o pai-dos-pobres lenda urbana,

Cabendo aqui palavra muito chula

Ao bando todo, Haddad, Hoffman, Vana...

Se poste mija em cão por essas bandas

Melhor é desconfiar até do amigo

Que fez o L em tentações nefandas.

Rimbaud diria 'é tempo de assassinos',

É o inferno contemplando o próprio umbigo

Na deplorável massa dos cretinos.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 24/03/2023
Código do texto: T7747657
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