SONETO ULULANTE
Promessa de campanha a quem a engula,
Picanha metafórica ou vegana
Introduzindo o óbvio que ainda ulula:
O crime aqui compensa e é até bacana.
Não há remédio a massa que especula
No mal -- é o pai-dos-pobres lenda urbana,
Cabendo aqui palavra muito chula
Ao bando todo, Haddad, Hoffman, Vana...
Se poste mija em cão por essas bandas
Melhor é desconfiar até do amigo
Que fez o L em tentações nefandas.
Rimbaud diria 'é tempo de assassinos',
É o inferno contemplando o próprio umbigo
Na deplorável massa dos cretinos.
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