Soneto para uma fotografia

Olho a fotografia na parede

E enxergo o passado no presente.

O meu coração finge que não sente,

Mas a saudade viva mata a sede.

 

Lá estou eu, ainda adolescente,

Com lanugem da face e com espinhas.

Não me lembro a idade que tu tinhas,

Pois a fotografia às vezes mente.

 

Chego um pouco mais perto... examino:

Pareço pouco mais que um menino

Com jeito de quem pensa ser rapaz.

 

Tiro a fotografia da moldura...

E noto que a saudade se mistura,

Ao pranto da lembrança que ela traz.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/03/2023
Reeditado em 19/08/2024
Código do texto: T7747057
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