Soneto para uma fotografia
Olho a fotografia na parede
E enxergo o passado no presente.
O meu coração finge que não sente,
Mas a saudade viva mata a sede.
Lá estou eu, ainda adolescente,
Com lanugem da face e com espinhas.
Não me lembro a idade que tu tinhas,
Pois a fotografia às vezes mente.
Chego um pouco mais perto... examino:
Pareço pouco mais que um menino
Com jeito de quem pensa ser rapaz.
Tiro a fotografia da moldura...
E noto que a saudade se mistura,
Ao pranto da lembrança que ela traz.