Soneto para um vaga-lume

Com os olhos da noite, nada vejo!

Mas o meu coração, que tudo vê,

Vê de longe a saudade de você

E, de perto, os suores do desejo.

Meu coração, não sei bem o porquê,

Me faz sentir um cego no escuro.

E sempre que não crê no que procuro,

Me faz acreditar que ele crê.

Com os olhos do dia, vejo tudo!

Mas o meu coração se cala. E mudo,

Me faz acreditar que nada vejo.

Sou como um vaga-lume pequenino,

Que acende e apaga sem destino,

E vive a vida inteira num lampejo.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/03/2023
Código do texto: T7746962
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