EFEMERIDADE

 

"A mesma história tantas vezes lida"
De amores que sonhar sequer eu tento,
Deléveis como a breve brisa ou vento,
Que os repensar a vida nos convida.

 

Um dia amei assim, saí ferida,
Pois me entreguei inteira ao sentimento,
Profundas marcas hoje trago, ostento
E andejo estrada afora só, perdida.

 

Porém o amor é escasso, um bem precário,
Que o guardo na memória, em um sacrário,
Por ter sentido o seu fulgor e graça...

 

Pouco me importa a imensa dor que gera,
Se é feito de paixão ou de quimera...
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."

 

Edir Pina de Barros

 

Escrito para o Fórum do Soneto

Mote: Versos 1 e 14 de autoria de Florbela Espanca, soneto Fanatismo

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 23/03/2023
Código do texto: T7746873
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