Soneto da sobriedade
Que o mundo não fora recanto
Dos consolos infindos que já
Desvestiam de flor todo pranto
Qual desmanche de sonhos no ar
Tal não fora sabido de outrora
Tempo em que o idílio era a regra
Vaga sombra largada na hora
Infinito compasso segrega
Passo largo em torno do Éden
Eldorado lacônico e imundo
Das desgraças a que se sucedem
À questão de que eu me suponho
Não há poço mais triste mais fundo
Do que aquele a que se chama: sonho.