Soneto da sobriedade

Que o mundo não fora recanto

Dos consolos infindos que já

Desvestiam de flor todo pranto

Qual desmanche de sonhos no ar

Tal não fora sabido de outrora

Tempo em que o idílio era a regra

Vaga sombra largada na hora

Infinito compasso segrega

Passo largo em torno do Éden

Eldorado lacônico e imundo

Das desgraças a que se sucedem

À questão de que eu me suponho

Não há poço mais triste mais fundo

Do que aquele a que se chama: sonho.

Mara Raysa
Enviado por Mara Raysa em 23/03/2023
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