Anseios

Perambulando em estradas aflitas sem braços,

Ergui preces que ninguém me responde ,

Das alturas , alem do limite, dos traços ,

Onde a alma corre vazia e nada entende.

Fluindo do doce engano, dos laços perdidos,

Sufocada nos labirintos da vida , nos lixos ,

Onde morrem as melodias e os desejos famintos ,

No peito dilacerando, sangrando,escondidos.

Dessa jaula de carne que a encarcera,

O silêncio campeia inerte soberano ,

Sem vibrar a corda da saudade , da quimera.

Anseios aqui se perdem, fogem, afogam .

Se hoje volto assim, com a alma às escuras ,

Procuro braços que afagam e não matam.

12/12/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 12/12/2007
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