Soneto para uma flor

Uma rosa vermelha, num buquê

De rosas amarelas se escondia,

Como se fosse a boca de Sofia

Na busca angustiante dum porquê.

 

É que em um buquê, a poesia

Traz sempre algum senão abandonado,

Nas curvas trotuosas do passado,

Que a rosa vermelha não sabia.

 

Uma rosa amarela do buquê,

Me peguntou, um dia, o porquê

Duma rosa vermelha ser vermelha.

 

Não sei! Eu respondi indiferente.

Mas acho, deve ser, provavelmente,

Pra musa carregá-la na orelha.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/03/2023
Reeditado em 24/09/2023
Código do texto: T7746560
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