Soneto para uma flor
Uma rosa vermelha, num buquê
De rosas amarelas se escondia,
Como se fosse a boca de Sofia
Na busca angustiante dum porquê.
É que em um buquê, a poesia
Traz sempre algum senão abandonado,
Nas curvas trotuosas do passado,
Que a rosa vermelha não sabia.
Uma rosa amarela do buquê,
Me peguntou, um dia, o porquê
Duma rosa vermelha ser vermelha.
Não sei! Eu respondi indiferente.
Mas acho, deve ser, provavelmente,
Pra musa carregá-la na orelha.